20 de julho de 2007

Dramática

Eu tinha um bloqueio, que afastava minhas boas idéias do papel e da caneta. Esse bloqueio impedia a existência palpável do meus poemas, crônicas e afins. Tinha idéias, conhecimento, vontade, mas faltava algo. O bloqueio chamava felicidade. A falta chamava dúvida. Convenhamos, nenhuma pessoa completamente feliz escreve bem, afinal todo poeta só é grande se sofrer, conforme Vinicius. E agora que eu sofro, agora que não existe mais nenhuma certeza, nenhuma verdade, as palavras tonam-se facilmente frases. As frases, textos. Os textos, fugas.

"Ópios, éters, analgésicos
Não me toquem nessa dor
Ela é tudo que me sobra..."
Dor Elegante - Zélia Duncan
Itamar Assumpção e Paulo Leminski

Um comentário:

Cidadão ³ disse...

Será pretensioso o comentário, já aviso.

Com o tempo vai-se aprendendo a sofrer mesmo quando tudo está bem e tudo está feliz, e assim a produtividade se estabiliza.

É um saco, de qualquer forma.