27 de dezembro de 2007

Ando devagar porque já tive pressa..

e levo esse sorriso, porque já chorei demais.

Acabo de descobrir, eu sou desinteressante... Da mesma forma que a gente sempre enxerga melhor nosso bairro quando volta de viagem, vi com outros olhos meu blog, após visitar "certo blog". É de uma menina de 20 anos, e cara! como ela é complexa e profunda! e eu aqui, citando Mário Quintana. Odeio minhas fases de citar Mário Quintana. Tão superficial... (Longe de mim falar que Quintanma é supercifial, digo que EU estou superifical quando cito ele.) Aliás, olha a pessoa superficial que eu me tornei. Superficial ou feliz, um dos dois. Esse ano eu finalmente rompi o ciclo do sofrimento e cá estou eu curtindo MPB e planejando a viagem pra praia. Eu deveria estar lendo Sartre, mas eu tô tão mais pra Millôr hoje.

Eu tava pensando em postar sobre o impacto da seguinte frase na minha vida: 'A liberdade que eu preciso, não é a de fazer o que eu quero, mas não fazer o que eu não quero'. E pra 2008 eu tinha decidido parar de tentar entender economia, afinal eu não gosto! E eu não sou conselheira do Mantega, então: pouco me importa o câmbio do dólar, os juros e EU NÃO QUERO SABER PRA QUE SERVE A TAXA SELIC! Mas tô revendo meus conceitos...

Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria. Tenho todos os motivos menos um de ser triste.

Mário, Mário.

Tempo
Coisa que acaba de deixar a querida leitora um pouco mais velha ao chegar ao fim desta linha.

Nomes Feios
Início de mais uma madrugada. Mario chega à pensão em que morava, na Barros Cassal, perto da Avenida Independência, e é mal recebido pelos cachorros. Reage aos latidos com todos os palavrões disponíveis. Na calçada, os pintores Waldeny Elias e Gastão Hofstaetter, que passaram a noite bebendo com ele e vieram deixá-lo em casa, assistem à cena.
Em meio à gritaria, abre-se a janela e surge a dona da pensão:
- Mas o que é isso, seu Mario! O senhor, um homem tão culto, dizendo essas barbaridades!
Ele se defende:
- É que a senhora não sabe os nomes que os seus cachorros estão me dizendo...

Dr. Quintana
Mario adorava contar histórias em forma de anedotas. O escritor Sérgio Faraco registrou várias, pois além de alegretenses eram muito amigos e costumavam passear de automóvel por Porto Alegre.Uma delas tinha como personagem seu avô paterno, o Dr. Quintana, mais tarde nome de rua em Alegrete. Médico e político, muito mulherengo, na época desta história o Dr. Quintana era prefeito da cidade. Estava em um palanque discursando, fazia calor e ele suava bastante. Enfiou a mão no bolso para tirar o lenço, mas o que veio foi uma calcinha feminina.
Houve risos e constrangimentos entre os ouvintes, mas o Dr. Quintana, olhando a calcinha logo se recompôs:
- Essas minhas filhas me fazem cada uma...

...Desejo pra 2008

Esquece todos os poemas que fizeste.
Que cada poema seja o número um.
Mário Quintana

26 de dezembro de 2007

23 de dezembro de 2007

A música de 2007...

Eu não sou eu
Sou alguém que você imaginou
Uma visão do seu amor

Eu não sou eu - Zélia Duncan

22 de dezembro de 2007

Se eu fosse apenas

Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!

Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!

Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
- de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa...
Cecília Meireles

Contos


Ela olhou-se.

Poliu suas unhas, olhou suas mãos brilhantes, ajeitou o vestido que deixava transparecer seu corpo claro e transparente como o céu, limpou seu rosto jovial, ajeitou os cabelos cor-de-terra, passou um bálsamo no lábios e, numa última volta em frente ao espelhou, arrumou suas asas recém-adqiridas e foi se juntar à sua irmãs.

Agora já era fada.

Ela é a Luciana...

'Até quando terás, minha alma, esta doçura,
este dom de sofrer, este poder de amar,
a força de estar sempre – insegura – segura
como a flecha que segue a trajetória obscura,
fiel ao seu movimento, exata em seu lugar...?'
Cecília Meireles


Lu, que no ano que vem e nos anos que vêm, você ainda tenha (e tenha mais ainda) a doçura, essa doçura que lhe é tão característica. Que você não tenha mais tantas interrogações sobre o seu jeitinho, todo meigo, todo inocente de ser. É assim que você é, e é por você ser assim que eu tenho orgulho de ser sua amiga.
Minha "inocência" de acreditar num mundo melhor, poderia ter morrido ao entrar na faculdade, mas não.. ela tá aqui, vivinha e compartilhada. Eu já te falei que o primeiro ano não teria sido o primeiro ano sem você, e nem o segundo ano teria o sido o segundo ano. Ano que a gente se afastou (por um motivo idiota), ano que a gente brigou (feio), ano que você prometeu estudar e estudou, prometeu copiar toda a matéria e copiou... Ano que a gente foi pro bar, e como foi; e quantos cúdeburros? E a cara das pessoas, "porque elas tão colocando sal na cerveja?" e a Su (William! William!), e a Jana e o Lucas!!! João Lucas.. e a Li discutindo beleza com o Robinho (isso pra mim é motivo de orgulho)... E a barra que a gente passou com a Jana? Tantas preocupações.. E você caindo Lu? Você sempre cai.. a sua Smirnoff Ice que NUNCA tinha, apesar do cara do bar ser apaixonado por você... E quantos elemento amam essa mulher né? E o Zé Ramalho... e o garoto de aluguel e Cuba e o Fidel que a gente vai matar..! E o Garotinho perguntando pra gente porque a gente ri tanto quando ele fala do Hugo Chavez... o professor está de gravata rosa... o art 5º do Mc Donalds.. aiii, vou parar por aqui por são TANTAS coisas... e ano este, que terminou com a gente bebendo uma garrafa de vinho de pêssego. Para bom bebedor meia garrafa basta. Mas pra gente não bastou.. A gente já pode se considerar garotinhas experientes de São Caetano, daquelas que não se embriagam com umas garrafas de cerveja, daquelas que sabem que o Frutaska não abre de sexta-feira.. ou abre né?
Corinthians rebaixado e a gente na Goiás, mostrando o dedo do meio pros torcedores do time de Goiás, meu namoro que terminou, os enroscos que a gente se meteu, eu chegando aos prantos na facu por causa do filme da Sessão da Tarde, a síndrome de amante, o Nietto expulsando a Elaine chata da sala, os peitos que a Elaine legal não tinha (Ai Lu, eu não reparava nos peitos dela...), mas, mais que TUDO isso, 2007 fica marcado por:
O ano que a gente descobriu que a Maria Helena Diniz não é surda-muda. (!)

E em 2008, eu quero você no JUD comigo, quero a gente em Cuba, quero a gente se divertindo, passando de ano direto, e pegando geral, ok? Quero você F E L I Z, e saiba que o que tiver e o que não tiver ao meu alcance (amoras) eu vou fazer pra isso acontecer tá?
Luciana Lopes Custódio, te amo incondicionalmente. :)

21 de dezembro de 2007

isso é desamor e não tem jeito

Um amor quando desfeito
sempre faz alguém chorar
eu chorei
(...)
um amor só é bom
quando é pra dois
eterno é antes e depois
agora não vou mais me enganar
não quero mais sofrer, não dá
se o teu desejo era me ver
se deu vontade de saber
se estou feliz
até posso dizer que sim
o teu reinado acabou,
chegou ao fim
eu não nasci pra você,
nem você pra mim

Maria Rita

20 de dezembro de 2007

16 de dezembro de 2007

Canto dos Emigrantes - Cordel do Fogo Encantado

Com seus pássaros
Ou a lembrança dos seus pássaros
Com seus filhos
Ou a lembrança dos seus filhos
Com seu povo
Ou a lembrança de seu povo

Todos emigram.

13 de dezembro de 2007

Nostalgia antecipada

Menina de Ouro, na TV, ontem. Típico filme que venceu meu sono. E veio pra coroar minha crise existencial (que tá durando 3 dias) e que culminou ontem no meio do filme. Não sei se considero o filme certo, na hora errada. O filme errado, na hora certa. Ou as outras 43 combinações possíveis. Sei que tô tentando assimiliar tudo, e aceitar as coisas que mudaram. O que me fazia feliz ontem, já não é o que vai me fazer feliz amanhã.

"Marvin, agora é só você" tá ressoando na minha cabeça a, pelo menos, um mês. Ir pro terceiro ano da faculdade mostra que tá muito perto a formatura, a prova da OAB, o trabalho, e aí amigos, a vida é pra valer. Tá muito perto a vida real. Não vai ter mais farra, curtição, gargalhadas na aula, sextas no bar. A responsabilidade vai chegar com todos os seus dentes, e sinceramente, eu só queria estar preparada.
Sempre vai ser tarde
A esperança que ainda tenho não passa de saudade
E hoje, ontem de amanhã, será sempre minha utopia
É triste, mas é bela, essa Menina Nostalgia
[Copiado, descaradamente, daqui.]

11 de dezembro de 2007

Mantra

Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo
Walter Franco

10 de dezembro de 2007

7 letras

ainda ando pelas mesmas ruas
a cidade cresce e tudo fica cada vez menor
agora eu sei que a vida não é um jogo de palavras cruzadas
onde tudo se encaixa?
o que será que ela quis dizer?
5 letras, começando com a letra A.
Engenheiros do Hawaii


E ela não é né?
Eu só queria que você lembrasse de tudo que eu lembro.
E que me olhasse com os mesmos olhos que hoje te vejo.

9 de dezembro de 2007

Sem orgulho

(...)
Pecai por todos pecai com todos

Pecai com os malandros
Pecai com os sargentos
Pecai com os fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras

Com os gregos e com os troianos
Com o padre e com o sacristão
Com o leproso de Pouso Alto

Depois comigo
Manuel Bandeira

7 de dezembro de 2007

já estou daquele jeito
que não tem mais concerto
ou levo você pra cama
ou desperto
Alice Ruiz

Deve ser essa chuva...

Puta que pariu, que tristeza! Soma de alguns fatos. Como, último de aula de faculdade. É só o último dia do segundo ano (!), ano que vem vai tar todo mundo lá denovo, mas explica isso pro aperto do meu coração. Como, a reaparição de uma pessoa que eu gosto muito (pessoa que até está na minha lista de 4 pessoas que eu mais gosto o mundo*), mas não posso ficar perto. Como também, essas músicas tristes que insistem em tocar quando a gente tá assim.

Nunca pensei um dia chegar
E te ouvir dizer: Não é por mal
Mas vou te fazer chorar
Hoje vou te fazer chorar


Mas o real, o real real motivo, é que, tá doendo, e pra caramba, eu não estar amando. E eu não tô pedindo um reciprocidade. Pode ser platônico, pode ser unilateral, pode ser impossível. Mas essa sensação de socorro-não-estou-sentindo-nada tá foda.

* Minha lista de 4 pessoas que eu mais gosto no mundo, hoje só tem 3.

ps.: Pra falar a verdade, o sol tá saindo. O post me ajudou a refletir e eu tô melhor, bem melhor. Bóra comemorar as férias.

4 de dezembro de 2007

Amores Mal Resolvidos

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40 graus, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Metade deste povaréu sofre de "dor de cotovelo". Alguns trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isto acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto. Acho que as pessoas não gastam o seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam dez ou vinte anos para terminar, talvez até mais.
Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim. Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amar tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas as etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tedio-fim.
Como já foi dito, esse trajeto do amor pede ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos. Mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, todo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste o seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos o sabores que o amor tem, desde o adocicado do inicio até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz novamente.

12 de outubro de 2007

1. Pegar o livro mais próximo.
Os prêmios, Cortazar. É o que eu tô lendo...



2. Abrir na página 161 e postar a 5ª frase completa.

"Repetia: 'todas, todas', como querendo englobar na diversidade um mero episódio
buenairense, jogar uma gota no mar."

3. Não escolher o melhor livro nem a melhor frase.

Não... Sinceridade em 1º lugar. :D


4. Repassar para 5 blogs.


Se alguém tiver interesse, sinta-se a vontade.


5. O que está achando do livro.


É complicado, tem personagens demais, me confundo. As primeiras 20 páginas serviram pra me adaptar, foi foda, quase desisti. Agora estou adorando, é misterioso...

11 de outubro de 2007

Talvez o rádio fosse meu coração.

Eu sonhei que tinha te matado, e ainda influenciada com o realismo de Intermitências da Morte, você não morria. Você consertava um rádio, eu o fiz explodir, e você ficou com as marcas dos estilhaços. Sangrando...

18 de agosto de 2007

/malemolenciaa

Meu prêmio Nóobel: posts favoritos!

Por ter significado especial.

Por ser o mais bonito.

Pela combinação perfeita entre foto e texto e da foto.

Porque o texto é meu.

Porque a foto encaixa com o poema, e o poema com a vida.

Pela beleza.

Eu amo meu fotolog, minhas descrições exageradamente detalhada, meus pedaços de músicas, fotos sem nexo pra ninguém. Realeases do dia... Minha memória arquivada.

Da minha relação com a internet

Obs. prévia: toda vez que houver a palavra tudo, leia-se (quase) tudo.

Com o passar do tempo, conforme conseguia desviciar de Orkut e o MSN, comecei a descobrir tudo que a internet poderia me dar. Criei um fotolog, adicionei amigos e aos poucos, descobri o que existia além dos sites de relacionamento e programas de conversas instâneas. Fotos geniais, pessoas inteligentes, belos poemas de escritores desconhecidos, ótimas sacadas. Descobri que pra todas minhas perguntas, o Google tinha resposta. Que eu não precisava consultar enciclopédias, tampouco dicionários. Quase tudo estava on-line.
Essa tecnologia inventada pelo homem, que não pode mais ser desligada, nos leva a caminhos sem volta. Mantenho as rédeas curtas e faço dela o que quero. Não canso de me impressionar com novas descobertas. Tudo ao alcance das mãos, o amigo do outro lado do mundo, a informação sobre o show, o vídeo do show, as fotos do show, encontrar (no Orkut mesmo) as pessoas que estavam no show, comentar sobre ele.
Talvez não consigo enxergar o quanto essa invenção mexeu com minha vida, ou melhor, até consigo, mas não dimensioná-la. Eu, que tenho o costume de me apaixonar constantemente, confesso ser minha mais nova paixão essa rede virtual de computadores e pessoas, esse compartilhamento de arquivos, emoções e idéias; esse acesso ilimitado à informações e ao mundo.

12 de agosto de 2007

O meu medo maior é o espelho se quebrar...

— "Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!..." E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.
A terceira margem do rio - João Guimarães Rosa.



Feliz dia dos pais, pai!


25 de julho de 2007

Palvras são erros,

e os erros são seus.

Spoiler

O maior de todos os tempos, diga-se de passagem.
No dia dos namoradoes eu assisti Dom, o que me deu vontade ler Machado de Assis. Mas, eu tenho uma história com esse livro. Desde os 12 anos eu começo a ler e não passo das primeiras páginas. Seja por causa da linguagem, um pouco demais para minha pré-adolescência, ou porque sempre apareceram livros com maior prioridade, ou porque eu já havia criado o bloqueio com o livro. Eu decidi então, superar isso e descobrir se o bendito Bento era realmente corno (já que o o filme deixa no ar). Comecei a lê-lo. Denovo. E dessa vez não quis pular o texto de Regina Zilberman, "Um casal nosso conhedio", que vem antes do enredo. Primeira página ok, segunda ok, na terceira vejo umas linhas sublinhadas e vem aquela tentação de ir direto para o parágrafo. Transcrevo-o:

"Seriam de esperar, da parte das personagens, o happy ending e, da parte do escritor, a execução do romance modelar. Mas Machado de Assis guarda uma surpresa para o final: o casamento fracassa por que Bentinho supeita, e depois tem certeza, de que Capitu o traiu com Escobar, seu melhor amigo"

Ainda bem que Machado é bem melhor que isso, e eu já estou na página 75, capítulo XXXIX, A vocação. Mas agora alguém me explica como uma pessoa conta o final do livro na introdução?? INTERROGAÇÃO.

:)

20 de julho de 2007

Dramática

Eu tinha um bloqueio, que afastava minhas boas idéias do papel e da caneta. Esse bloqueio impedia a existência palpável do meus poemas, crônicas e afins. Tinha idéias, conhecimento, vontade, mas faltava algo. O bloqueio chamava felicidade. A falta chamava dúvida. Convenhamos, nenhuma pessoa completamente feliz escreve bem, afinal todo poeta só é grande se sofrer, conforme Vinicius. E agora que eu sofro, agora que não existe mais nenhuma certeza, nenhuma verdade, as palavras tonam-se facilmente frases. As frases, textos. Os textos, fugas.

"Ópios, éters, analgésicos
Não me toquem nessa dor
Ela é tudo que me sobra..."
Dor Elegante - Zélia Duncan
Itamar Assumpção e Paulo Leminski

17 de julho de 2007

O segundo post.

Eu me irrito às vezes com a realidade de plástico do Orkut. Todo mundo tá feliz / Todo mundo tá legal. E me irrito mais ainda com esse início clichê de redação de vestibular: Hoje em dia... Hoje em dia o caramba! (Parece o Lula e as aulas de história que ele não teve). As coisas sempre foram assim. Então aí me Fernando Pessoa, ops, Álvaro de Campos e comprova:
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus amigos têm sido campeões em tudo.


(...)

Toda a gente que eu conheço e fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida…


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó principes, meus irmãos,

(...)
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Poema em Linha Recta - Álvaro de Campos

Ou seja, se tivesse sites de relacionamento em 1900 eles seriam bem parecidos com os de hoje em dia.É, nada muito inovador...

Título.

Mas a verdade é que eu tenho manias. Mania genitora de não "fechar nenhum ciclo" como diz minha mãe. Eu começo e não termino, um suco, um caso, uma idéia. A água não se mistura com o pózinho do Tang, os amores são mal gastos e eu esqueço senhas. E as vezes até o login, assim saboto minhas próprias idéias.
Mas aquelas sequência de clicks, que só a internet pode proporcionar, me trouxe aqui. Aquela sequência de clicks, a descoberta do que eu já sabia, a falta do que fazer e o fato de eu só poder postar uma vez no dia no fotolog.net. Então, eu decidi aceitar o conselho Sr. Orkut e vender minha idéias, afinal elas são totalmente aceitáveis. :)

Sequência de clicks: Orkut > Editar Feeds > Olhaaa, meu blog!

Eu amo prints.

2 de fevereiro de 2007

Ah, e essa vontade de pensar que me deu agora.
Me fez criar um blog. Para ter opniões. Para ser obrigada a ter opniões.


Inaugurando, então.
=)

16 de janeiro de 2007

Promessas?

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva
cair.




Eu vos pergunto, caros amigos, que espécie chula de promessa é essa?